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Empresas limitam vendas de planos de saúde em meio à pandemia



A Amil e a NotreDame Intermédica interromperam temporariamente a venda de algumas linhas de planos de saúde por adesão devido ao novo coronavírus. Há receio das operadoras de que neste momento de pandemia haja uma grande demanda pelos convênios médicos por parte de pessoas que não possuem o benefício. Os pacientes acometidos pela covid-19 utilizam a emergência dos hospitais e a carência desse atendimento para novos contratos de planos de saúde é de apenas 24 horas, segundo o Valor apurou.


Os planos de saúde por adesão suspensos são, principalmente, aqueles que dão cobertura a hospitais credenciados, ou seja, que não pertencem à rede própria da operadora. Nos planos de saúde com rede verticalizada, as operadoras têm mais controle sobre seus gastos e leitos disponíveis para internação.

A Amil interrompeu a venda de quatro linhas de planos de saúde: Amil 500, Amil 700, Amil One LT3 e LT4. Questionada pela reportagem, a operadora não entrou em detalhes sobre essas linhas e afirmou que “continua vendendo planos de saúde para empresas de todos os portes e continuará oferecendo uma ampla gama de produtos para atender às necessidades de seus clientes.”

Já a NotreDame Intermédica, que deixou de comercializar o plano de saúde Premium 900, informou por meio de comunicado que “possui amplo portfólio de produtos. Neste momento, temos muitos produtos comercializados que possuem rede credenciada, onde podemos contar com hospitais de primeira linha na oferta.”


A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) informou que as operadoras só podem interromper a comercialização de um plano de saúde após pedido de suspensão à agência reguladora com 30 dias de antecedência. “O não cumprimento deste procedimento é passível de apuração por parte da reguladora”, diz comunicado da ANS.


Entidades de classe que representam as categorias profissionais na contratação dos planos de saúde por adesão estão questionando a suspensão. Uma delas se diz preocupada com a restrição na oferta nesse momento de crise na saúde pública.

Segundo dados do Ministério da Saúde, até ontem, havia 25,2 mil casos de covid-19 confirmados no país, o que representa um aumento de 15% em apenas um dia. Dos 25,2 mil casos, 55% são pacientes curados. Desde o dia 17 de março, o Brasil já registra 1,5 mil mortes provocadas pelo novo coronavírus.

Do total de casos no país, 6 mil pacientes estão internados em estado grave. Em São Paulo, onde há 9,3 mil registros confirmados da doença, há 2,1 mil pessoas internadas, sendo que cerca de metade está em UTI. A taxa de ocupação nas UTIs dos hospitais públicos da capital paulista é de cerca de 60%, segundo a Secretaria de Saúde de São Paulo.


O Ministério da Saúde iniciou nesta semana o Censo Hospitalar em todo o país. Todos os estabelecimentos públicos e privados são obrigados a informar o número de internações de pacientes com suspeita e casos confirmados do novo coronavírus. O primeiro balanço está previsto para ser divulgado na próxima semana.

Segundo dados da CNSaúde, há cerca de 330 mil leitos públicos e 160 mil privados no Brasil. Deste total, o SUS tem 14,3 mil leitos de UTI para paciente adulto e a rede privada conta com cerca de 15,6 mil leitos de UTI.


Fonte: Valor Investe - Globo

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